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A Banda Mais Bonita da Cidade no Theatro Pedro ll


Um show da Banda Mais Bonita da Cidade não é meramente uma apresentação musical. É muito mais que isso! É como uma cerimônia, um pequeno grande ritual de comunhão entre artistas e seu público. Essa conexão especial vem desde o sucesso de “Oração” e se mantêm intacta, até hoje. A oficiante desse ritual é Uyara Torrente, cantora de 35 anos, que canta com uma urgência com que nos entorpece, alegra, emociona e nos faz chorar. Seu grande diferencial é entender o que cada letra está querendo passar. Ela não é apenas uma. Ela é uma multidão. Uma explosão. Ela se apresenta como se fossem os últimos momentos de sua vida; e o público reage da mesma maneira. É impossível desviar o foco. Ela nos hipnotiza, nos instiga, nos mastiga, nos engole e faz de nós espectadores de suas entranhas emocionais, passionais e intensas. Uyara não tem medo de sentir, de se apresentar quebrada e ao mesmo tempo inteira. É uma coisa muito bonita de se ver. Uyara é uma interprete. Uma herdeira natural de Maria Bethânia. Uma categoria bastante em falta na nossa música brasileira.


Nada disso também seria possível sem a entrega e talento dos músicos que integram a banda (Vic Vilandez, Vinicius Nisi, Luís Bourscheidt, Eduardo Rozeira). São eles que ditam o ritmo desse grande cerimonial. E o mais bonito é que não competem e nem querem roubar o protagonismo de Uyara, única mulher da banda. Muito pelo contrário. Eles fazem a cama para ela deitar e rolar ali. É nítido o quanto eles gostam de estar juntes e como se entregam para o ofício. A vibe do show é contagiante e toda a plateia demonstra vontade de subir ao palco e compartilhar com a banda esses momentos mágicos.




E não é que esse momento mais próximo ao público aconteceu? Na música final, em que tocam o hit do grupo, a banda desceu do palco e interagiu com a plateia, tocando e cantando “Oração” e conclamando o público a acompanha-los, numa espécie de cortejo que termina literalmente fora do teatro, na rua (assistam no nosso vídeo no YouTube abaixo). É o momento ápice dessa conexão entre artistas e plateia que falei no começo do texto. Tudo vira uma coisa só e não há mais distinção entre uma coisa e outra. É a afirmação da potência de nós mesmos. É uma celebração do encontro. É uma ode ao melhor da vida.


Depois de mais de dois anos impossibilitados de compartilhar esses momentos com outras pessoas, em decorrência da pandemia da Covid 19, não existiria um encerramento mais essencial do que esse. Como em todo bom ritual saímos revigorados, com vontade de botarmos nosso bloco na rua, acreditando que um novo futuro é possível.


Também realizamos uma entrevista com a atriz e cantora da Banda, Uyara Torrente, confira o material em nosso canal no youtube:

Amém!

Axé!

Laroye!


Créditos: Todas as fotografias são da nossa fotógrafa Lisa Cristine (@lisaccristine).

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