Monja Coen, é uma monja zen budista brasileira de ascendência portuguesa, e missionária oficial da tradição Soto Shu com sede no Japão [...]
Bruno Gabriel: "Quando se pensa em uma monja dificilmente seria capaz de associar sua imagem a boas risadas, não me entenda mal, a Monja Coen fala sobre temáticas densas que foi possível ouvir a respiração de choque do público presente no Theatro Pedro ll no último dia 09 deste mês. Acredito que a feira acerta na sua escolha em trazer está senhora que tanto nos ensina em poucas horas que passaram em um piscar de olhos. A meditação inicial abre nossas mentes e nos leva para um relaxamento e consciência necessária devido as atuais conjeturas do nosso país, mas é após todo este momento que somos capazes de controlar nossas respirações e mente que ela opta em nos empurra para realidade. Política, caso Neymar e suas experiências como Monja é compartilhado e exposto com sabedoria, com uma doce voz que nos surpreende a cada palavra escolhida por ela para nos tocar. E tocou."
Amara Moira, nascida e criada em Campinas, é uma travesti, feminista, escritora e
professora de literatura em cursinhos [...]
Na primeira imagem ela está acompanhada pela mediadora do bate-papo Carolina Motta, idealizadora do @ribeiraofeminista.
Eme Barbassa: "Confesso que fiquei bem tensa na palestra da Amara. Quando cheguei e vi o auditório lotado de meninos e meninas do ensino médio, eu temi pelo que viria. Amara Moira é uma mulher travesti que escreveu um livro chamado “E se eu fosse puta...” e sua fala também traz para o debate assuntos contemporâneos de suma importância. É extremamente válido conviver com a alteridade e dentro do possível aqueles jovens se comportaram diante da fala de Amara. Mas querendo ou não, o debate que poderia ter se aprofundado mais, ficou na superfície devido a faixa etária do público. Um desperdício trazer uma escritora como Amora e não permitir que o debate seja profundo. Fica uma dica para as próximas feiras. Tragam sim cada vez mais personalidades como Amara para conversar com os jovens, mas pensem também no público adulto que gostaria de ver o debate saindo do óbvio. A culpa em nenhum momento é da escritora, visto que ela estava numa sinuca de bico, principalmente se levarmos em conta a vigilância que há sobre a escola público no atual (des)governo Bolsonaro."
Logo após a palestra, eu pude bater um papo com Amara e aprofundei algumas questões que achei pertinente. Confira o vídeo abaixo:
Lista dos livros de mulheres e homens trans que a Amara Mora cita na entrevista:
"A Queda para o Alto" / Anderson Herzer / Ano: 1980 / Link
"Erro de Pessoa: João ou Joana?" / João W. Nery / Ano: 1984 / Link
"A Princesa" / Fernanda Farias de Albuquerque e Maurizio Jannelli / Ano: 1995 / Link
Djamila Ribeiro, é uma filósofa, feminista e acadêmica brasileira. Tornou-se conhecida no país
por seu ativismo na internet [...]
Lisa Cristine: "Desde a primeira vez em que ouvir falar no nome da Djamila Ribeiro, minha vontade de conhecer sua verdadeira face era muito grande. Venho acompanhando tantas personalidades através das redes sociais que buscam estarem sempre se posicionando sobre tudo que acontece e sobre qualquer seja o assunto, via que quando o assunto era feminismo negro e racismo, todos corriam para ouvir a opinião de Djamila. Quando isto era executado, todos ao meu redor compartilhavam e concordavam com basicamente tudo. Muito curiosa, resolvi ler seu livro "Lugar de fala" no ano passado, para ver se repetiria como meus amigos e concordaria com tudo o que foi dito, mas como isto é um assunto que posso conversar com vocês em outro momento... digo que foi neste encontro com a autora que esteve presente na 19ª Feira do Livro de Ribeirão Preto, no dia 14 de junho, que conseguir me aproximar ainda mais com sua pessoa e conseguir compreender de fato sua trajetória para ter se tornado a Djamila que todos comentam, amam ou reclamam.
Durante seu bate papo de mais ou menos 2 horas no Theatro Pedro ll ela nos deu spoiler sobre o próximo tema abordado em sua coleção que é sobre "Apropriação Cultural", que ela diz está cansada de ter que responder ou explicar sobre o assunto. Comentou sobre a sua trajetória acadêmica e a dificuldade em ver em sala de aula os professores estudarem autoras mulheres e autores negros, contando como foi a trajetória de está agora embarcando no desafio que é coordenar uma coleção de livros própria, porém imensamente necessária. Ela escolhe sabiamente as palavras e se utiliza do humor sabiamente nos aproximando da Djamila "pessoa", carne e osso, que ama beber sua cervejinha e não deseja ser interrompida 24 horas para debater posicionamentos político. Mas parece saber muito bem utilizar cada minuto oferecido para ela para falar o que é preciso sobre a realidade em que estamos vivendo, como fez nesta sua presença a Feira do Livro de Ribeirão Preto."
Créditos: Todas as fotografias são da nossa fotógrafa Lisa Cristine (@lisaccristine).
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