A 21° edição do Festival João Rock foi realizada no último sábado (08) no Parque Permanente de Exposições em Ribeirão Preto e registrou um público recorde de mais 70 mil pessoas. Com o slogan "Viva o Clássico, descubra o Novo", contou com mais de 30 atrações nos seus 4 palcos (Palco Principal, Brasil, Aquarela e Fortalecendo a Cena) e trouxe muita música nacional e diversidade sonora.
No Palco Principal logo de cara uma novidade muito aguardada. Pitty não foi a única mulher a se apresentar como atração principal. Essa que era uma crítica do público e da própria cantora que em entrevista declarou que "eu não vejo vantagem nenhuma em ser a única mulher no festival. Eu quero é mais diversidade”, teve seu pedido finalmente atendido. A mineira Marina Sena foi escolhida pra compor o line-up principal. Ela que se apresentou no Palco Aquarela na edição passada, voltou esse ano com um show recheado de hits ("Ombrim", "Me toca" e "Por Supuesto") e uma pegada ainda mais sensual.
Outro ponto alto do Palco Principal foi a apresentação em homenagem aos 30 anos da banda Charlie Brown Jr. Thiago Castanho e Marcão Britto emocionaram o público ao relembrar os clássicos do vocalista Chorão e do baixista Champignon. Ao cantar "Céu Azul", Thiago com a voz embargada afirmou que "não tem um dia que passe que eu não penso no Chorão e no Champignon, nem um dia, muita saudade".
Pitty e Emicida encerraram os trabalhos no Palco Principal com uma mistura bastante inusitada, mas que deu muito certo. Bem diferente da apresentação com Nando Reis em 2022 que soou desencontrada no palco, dessa vez a química entre Pitty e Emicida era evidente. Eles pareciam muito entrosados, felizes e bastante ensaiados. Embora tenha acontecido um ou outro erro técnico no microfone do rapper, isso não tirou em nada o brilho da apresentação. Saíram ovacionados e com o público pedindo que as versões apresentadas ali sejam disponibilizados nas plataformas musicais dos artistas.
Já no Palco Brasil o cancelamento do show de Lulu Santos no dia da realização do show deixou muitos fãs entristecidos. O artista foi internado para tratar os sintomas da Influenza tipo A e teve alta na segunda-feira (dia 10). Mas os shows de 14 Bis, Novos Baianos, Ney Matogrosso e Djavan espantaram a tristeza pra bem longe.
O público lotou o shows desses verdadeiros ícones da nossa música popular brasileira e com isso se criou um problema bom para as próximas edições.
É preciso rever o tamanho do palco e a disposição dele dentro do Parque Permanente de Exposições. Com a alta procura, o Palco Brasil tornou-se pequeno e houve muitas queixas de que o som dos DJ's que se apresentavam nas tendas ao redor do espaço invadiam o som das apresentações de Ney Matogrosso e Djavan.
A mudança de lugar do Palco Aquarela onde se apresentaram apenas mulheres também cansou o público que queria acompanhar os shows de Tássia Reis, Maria Gadu, Duda Beat e Marina Lima. No ano passado, o Palco Brasil e Aquarela ficavam perto um do outro e possibilitavam ao público acompanhar os shows de maneira muito mais fácil. Nesse ano foi impossível acompanhar as apresentações dos dois palcos. O que é uma pena!
É muito bacana perceber como o João Rock vem olhando para as demandas do público e procurando soluções eficientes. Para o ano que vem, a grande sacada será investir na acessibilidade do público aos shows. Não adianta nada você ter tantas boas atrações se o público não consegue se organizar para assistir suas bandas preferidas.
Esse ano tivemos algumas boas iniciativas para o público PCD e uma Central de Acolhimento para os casos de discriminação que eventualmente pudessem ocorrer durante o Festival. Isso é muito necessário e precisa ser ampliado.
O João Rock segue sendo um dos mais importantes festivais do Brasil e pode realmente fazer a diferença se olhar para essas questões com um olhar mais empático. O público agradece!
Nossa que incrível! Foi precisa nos comentários me deu até vontade de ter ido agora. Amei o texto. Amo suas análises.
As atrações desse ano foram as melhores, sem dúvidas um dos melhores anos em todos os quesitos.