Uma das coisas que mais queríamos no nosso segundo podcast era falar de um assunto do qual os três cofundadores do Himalaia gostassem. Logo chegamos nas séries. Pensávamos em algumas opções e aí assistíamos todos. Às vezes, todos gostavam da escolhida (caso de “The Good Place”, produzida pelo canal NBC e exibida no Brasil na Netflix), mas a abordagem temática para um podcast não vinha. Outras, a escolhida não agradava a todos (caso de Fleabag, produzida pela BBC em parceria com a Amazon).
“Black Mirror” era uma que todos de alguma forma gostavam (uns mais, outros menos) e da qual também tínhamos uma possibilidade interessante de discussão. Mas foi ao assistir “Years and Years” que a coisa se fechou e esse podcast nasceu.
A primeira temporada de “Black Mirror” foi exibida no final de 2011 pela rede de televisão Channel 4, no Reino Unido. Os três primeiros episódios surpreenderam de maneira avassaladora. A genialidade daqueles episódios residia numa encenação absolutamente paródica do desaparecimento do real, onde nos tornamos telas, dispositivos simuladores. Uma verdadeira distopia desenhada na agonia do presente.
Algumas temporadas depois, “Black Mirror” ainda conserva essa característica, (embora alguns críticos do gênero não vejam a mesma excelência de outrora). “The Handmaid’s Tale” surge então como alternativa nesse universo distópico, mas é com “Years and Years”, que a discussão sobre a contemporaneidade avança.
Produzida pelo canal BBC e exibida pelo HBO, a série dirigida por Russel T. Davies tem apenas 6 episódios e mostra mudanças nas relações familiares e amorosas diante de sofisticadas invenções tecnológicas e do avanço político de pensamentos de extrema direita. É a mistura perfeita de “Black Mirror” com “The Handmaid’s Tale” e com pitadinhas de “This Is Us” (a série familiar que faz todo mundo chorar da NBC).
Nessa primeira parte em que vamos conversar sobre as distopias mostradas em obras audiovisuais, discutimos como “Black Mirror” e “Years and Years” dialogam com aspectos reais da nossa atualidade, principalmente no nosso país e seu (des)governo bolsonarista.
Com participação dos cofundadores da plataforma: Eme Barbassa (@emebarbassa), Bruno Gabriel (@brunogabrieel) e Lisa Cristine (@lisaccristine).
ERRATA: Na verdade, a série Black Mirror não foi produzida pela BBC, mas sim pela Endemol UK e transmitida pela primeira vez em um canal britânico chamado Channel 4. Em 2015 a Netflix comprou o direito da série e encomendou a terceira temporada, continuando assim sua produção.